Lirismo Pungente
Larissa
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Larissa B.
Larissa não tem rosto, dela conhece-se não o perfil, mas as alegrias; não a história, mas a memória. Bebe o mar e quer morder estrelas, flagra o tempo que tenta passar despercebido. Gosta de morder o cantinho do copo de plástico. Adora olhar para as janelas de prédios e tentar adivinhar qual luz vai acender primeiro. Prefere filmes em preto e branco e livros que já passaram por outras mãos que não as suas. Odeia calor, multidões e sofre com a saudade.
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Sou apaixonada pela dança, o cinema, a música, História, línguas, culturas, geopolítica, cartas, dias chuvosos, inverno, palavras terapêuticas, flores, fotografias, nuvens, embalagens, sorvete, sorvete, sorvete, sorvete e Literatura.
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/quarta-feira, 31 de agosto de 2011
/ 12:26
O nosso momento não foi agendado. De repente, vendo você, nasceu esse monte de borboletas no estômago, esse arrepio na espinha, esse querer desenfreado e desordenado, e eu não soube o que fazer. Então entreguei, reparti, compartilhei, dividi. Então amei. E aí foi como se o gelo em que eu me preservava derretesse por inteiro, e vivo agora a me derramar por aí em palavras, em gestos, em sonhos e na realidade. E fico o tempo todo achando que é tudo muito, que é desmedido, que não é assim que se faz, que preciso descobrir como me dar da maneira correta. Mas não adianta. Eu penso, eu discordo, eu tento evitar, e quando vejo lá estou eu, errada, te amando. Sendo feliz. E isso no meio da relação menos convencional que já vivi, o que faz com que minha cabeça e meu controle tão treinados apitem o tempo todo, avisando dos perigos, me urgindo a retomar esses sentimentos e guardá-los naquela gaveta empoeirada que fica agora no fundo do meu cérebro. Mas a razão não é páreo para o desejo. E o silêncio do teu olhar me convida a ficar, e as palavras sem sentido que inventamos são tão lindas, e o coração vai ficando cheio a ponto de explodir. E explode. E devasta meu peito, as borboletas morrem, e tudo volta a ser gelo. Até seus lábios me beijarem mais uma vez. Até que eu sinta de novo teus dedos fazendo poesia no meu quadril. Então eu derreto. Derreto, derramo, amo. Sem ter porquê, nem por razão, ou coisa outra qualquer além de não saber como fazer pra deixar de te amar. A verdade mesmo é que talvez eu não queira.
(Re)começo /domingo, 7 de agosto de 2011
/ 18:54
Você falava crueldades, aquele tipo de coisa que só falamos a quem amamos; não somos cruéis com quem não nos importa. Eu, apavorada, chorava. Ridícula. Foi disso que você me chamou. Acreditei e te odiei. Odiei que você não entendesse que era tudo por você. Odiei que você entendesse que era tudo por você, e por isso ficasse tão irritado.Tento reconciliar – porque acho que não sei fazer outra coisa .
Gosto de recordar e pensar no que não percebemos à época, imaginar que tal coisa poderia não ter acontecido, ou que tudo seria diferente se apenas tivéssemos sabido. Mas é sempre impossível saber onde terminará o passo ao levantar o pé. Só na linha de chegada é que descobrimos qual era o nosso destino, porque ele não existe sem a caminhada.
Você roubou-me o que eu tinha de mais caro, e ainda assim só o que eu quero é você. Talvez fosse isso o que eu precisava te dizer. Que eu não sei. Que tenho mil motivos e nenhuma explicação. Que estar com você é uma escolha feita a cada dia, a cada vez que isso acontece, que sinto a sua falta, e que esses dias estão sendo insuportáveis, que tento parecer forte, mas dentro de mim há algo que sangra. Ao seu lado caminho de olhos fechados, e dou o próximo passo sem medo. Porque na nossa história o tropeço é sempre um novo começo.
E eu estarei aqui, com a mão frouxa, à espera da sua para agrarrá-la e me levar para seguir em frente. Eu estarei aqui. Não importa o tempo que demore.
Doa-se um coração /quinta-feira, 4 de agosto de 2011
/ 21:26
17 anos de uso. Nunca recebeu nenhum tipo de droga ou tabaco. Suporta sangue arterial e venoso. Bom uso.
Contra-indicação: Órgão não indicado para pessoas impacientes, pois, o coração em questão está quebrado quase que por completo em pequenos pedaços; de tal forma, que poderá levar-se muito tempo até juntá-lo novamente. Não tente Super Bonder, não funcionou.
/segunda-feira, 11 de julho de 2011
/ 18:20
- Tomei um cappuccino maravilhoso hoje!
- Queria que coisas maravilhosas tivessem me acontecido, mesmo que de chocolate.
[...]
Canção /quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
/ 05:27
Confidenciei a ele meus íntimos segredos, nossas conversas duradouras pareciam não ter fim. Apaixonei-me tão rapidamente! Quando tudo parecia estar perfeito e nós parecíamos colibris voando pelo céu em uma tarde de janeiro, surge algo, talvez um sinal para percebermos que, se fôssemos feitos para voar, teríamos asas. Juro que tentei, tentei como nunca antes havia tentado e somente agora que eu sou eu, da minha alma foge o raciocínio que me leva à compreensão: O amor é a forma mais exagerada, arriscada e dolorida de se buscar a felicidade. A mais legítima e verdadeiramente humana, porém. Às vezes é preciso arriscar sem medo de errar e cometer um erro para descobrir como acertar as coisas. Nada é tão fácil... Todos querem a felicidade e ninguém quer o sofrimento, mas você não pode ter o arco-íris sem uma pequena chuva.
Dreams /sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
/ 20:06
Procuro tuas rimas no dicionário que folheio sem me atentar de que tu és o barulho que o vento faz em canção. Fico querendo fazer silêncio, já que nem sei se preciso de muitas palavras. Não sei entender, só tenho vontade de olhar, de observar. Quero cuidar, também. Fico fazendo mil homenagens escondidas, querendo mostrar todas as cores do mundo. Fico querendo segurar no abraço e mesmo assim fazer sentir livre. Me dá a mão? Quero te mostrar o verde dos caminhos amarelos. Conta estrelas comigo? Eu sei que são muitas e que não poderão ser contadas numa só noite, mas te dou todo o tempo que quiser, quantas noites forem necessárias. Se acabarem as estrelas dessa nossa galáxia, invento outra, pra gente poder se perder, ou se achar. Quero fazer perguntas, mas não preciso de todas as respostas. Quero te contar histórias e dizer que fico inventando motivos pra te mandar carinho. Quero dizer que eu te amo e que você trouxe cores ao meu filme preto-e-branco. A minha vida é bem melhor agora que você está nela. Obrigada por existir e permitir que eu entrasse nesse mundo tão seu.
Estribilhos /quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
/ 17:46
Vou virar palavra
e me esconder
entre parênteses.
Serei errada e ignorada
mas feliz,
na maioria das vezes.
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Disclaimer.
don't try to read between the lines.
Archive, by months.
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I.
“Ele me esquecerá. Deixará sem resposta minhas cartas, que ficarão em meio a suas espingardas, seus cães. Eu lhe mandarei poemas, talvez ele responda com um cartão-postal. Mas é por isso que o amo. Proporei um encontro - debaixo de um relógio, ou numa encruzilhada; esperarei, e ele não virá. É por isso que o amo. Ele se afastará da minha vida, esquecido, quase inteiramente ignorante do que foi para mim. E, por incrível que pareça, entrarei em outras vidas; talvez não seja mais que uma escapada, um simples prelúdio.”
The Waves - Virginia Woolf
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II.
"(...) A harmonia secreta da desarmonia: quero não o que está feito mas o que tortuosamente ainda se faz. Minhas desequilibradas palavras são o luxo de meu silêncio. Escrevo por acrobáticas aéreas piruetas - escrevo por profundamente querer falar. Embora escrever só esteja me dando a grande medida do silêncio." (Água Viva)
"(...) de repente a máscara de guerra da vida crestava-se toda como lama seca, e os pedaços irregulares caíam no chão como um ruído oco. E eis rosto agora nu, maduro, sensível quando já não era mais para ser. E o rosto de máscara crestada chorava em silêncio para não morrer". (Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres)
Clarice Lispector
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